Contra racismo e homofobia, artista russo faz foto inspirada em socialite que sentou em mulher negra
Em entrevista a Opera Mundi, Sasha Kargaltsev contou que se viu forçado a sair da Rússia justamente por esses motivos
Reprodução
Sasha fez foto em resposta a Zhukova. Na imagem, um homem branco simula uma cadeira, enquanto um negro se senta sobre ele
"Eu queria unir o meu sentimento de repulsa ao racismo e à homofobia em uma mesma foto, já que os preconceitos estão interligados", afirmou. Para o artista, a atitude da socialite russa apenas reflete o pensamento da elite do país. "Ela não esperava essa reação tão negativa. Isso apenas demonstra a arrogância dos multimilionários russos".
Sasha fez foto em resposta a Zhukova. Na imagem, um homem branco simula uma cadeira, enquanto um negro se senta sobre ele
"Eu queria unir o meu sentimento de repulsa ao racismo e à homofobia em uma mesma foto, já que os preconceitos estão interligados", afirmou. Para o artista, a atitude da socialite russa apenas reflete o pensamento da elite do país. "Ela não esperava essa reação tão negativa. Isso apenas demonstra a arrogância dos multimilionários russos".
O jovem se mudou para Nova York em 2010, após ganhar uma bolsa para estudar na New York Film Academy. As paixões de Sasha -- a Polaroid e corpos nus -- produziram belos retratos no Central Park e no Bronx. Um dos trabalhos que teve maior repercussão foi um ensaio fotográfico "Asilo", de 2012, que retratou jovens russos gays que pediram asilo nos Estados Unidos por sua orientação sexual. Os jovens posaram nus em diferentes locais dos arredores de Nova York, com a cidade ao fundo. O ensaio recebeu críticas positivas no Ocidente e popularizou o trabalho de Sasha, em um momento em que a Rússia vem sendo criticada por suas leis anti-homossexualidade.
Apesar de achar que seu trabalho com corpos nus provoca tanta polêmica no Ocidente quanto na Rússia, Sasha lamenta a falta de visão crítica do grande público russo. "Infelizmente, eu entendo que meu trabalho vai ser visto pelos russos como provocativo e inapropriado, enquanto a imagem de Zhukova não vai nem mesmo 'mexer com as cabeças deles'".
Antes de se mudar para os EUA, Sasha estudou na Universidade Pan-russa de Cinematografia, de onde saíram alguns dos mais importantes cineastas russos, como Sergei Eisenstein. Mas o jovem multitalento não parece otimista com seu país natal. "Só voltarei à Rússia quando o país for um lugar seguro para a população LGBT. Já não sou russo. Somente no meu coração".
Antes de se mudar para os EUA, Sasha estudou na Universidade Pan-russa de Cinematografia, de onde saíram alguns dos mais importantes cineastas russos, como Sergei Eisenstein. Mas o jovem multitalento não parece otimista com seu país natal. "Só voltarei à Rússia quando o país for um lugar seguro para a população LGBT. Já não sou russo. Somente no meu coração".
Reportagem retirada do "Opera Mundi"