sexta-feira, 7 de outubro de 2011







07 de outubro, sexta-feira

Boa tarde!

"Amo aquele que açoita seu deus, porque ama seu deus: pois tem de ir ao fundo pela ira de seu deus.
Amo Aquele cuja alma é profunda também no ferimento, e que por um pequeno incidente pode ir ao fundo: assim ele passa de bom grado por sobre a ponte.
Amo Aquele cuja alma é repleta, de modo que ele se esquece de si próprio, e todas as coisas estão nele: assim todas as coisas se tornam seu sucumbir." (Nietzche)





"O cisne" (Julio Salusse)

(tirado do diário da vovó Vianita)



A vida, manso lago azul algumas

Vezes, algumas vezes mar fremente,

Tem sido para nós constantemente,

Um lago azul sem ondas, nem espumas.




Sobre ele, quando, desfazendo as brumas

Matinais, rompe o sol vermelho e quente,

Nós dois vagávamos indolentemente,

Como dois cisnes de alvacentas plumas.




Um dia um cisne morrerá por certo;

Quando chegar esse momento incerto,

No lago, onde talvez a água se tisne




Que o cisne vivo, cheio de saudades

Nunca mais cante, nem sozinho nade,

Nem nade nunca ao lado de outro cisne.